Você sabe o que são parafilias?

A palavra parafilia é de origem grega, onde para significa “lado a lado” e filia “amor”. Desse modo, podemos dizer que é uma forma de amor paralela às chamadas comuns, ou melhor, uma forma diferente e, muitas vezes, estranha de sentir prazer. As parafilias também são conhecidas como perversões sexuais. O perfil da pessoa que sofre deste distúrbio a perversão é caracterizada pelo fato de que ele sente prazer apenas por algum fragmento do corpo ou um objeto que o represente, e só consegue viver sua sexualidade dessa forma. O perverso sofre com os próprios desejos, não consegue contratá-los e nem fazer sexo sem ser por meio de suas taras. Mais do que isso, ele tem plena consciência de que sua prática nem sempre é benéfica ou aceita, e se angustia com isso. Portanto, ele pode e deve recorrer ao tratamento psicológico. Numa analogia simples o sexólogo Cláudio Picazio explica: “ é como se o indivíduo sentisse sede ,nesse caso tomar água (exercer sua perversão) é uma forma de aplacar esse sentimento. Mas não se pode dizer que seja compulsivo ou impelido a praticar esse ato”. Nas parafilias, o ato sexual em si perde a importância tanto para o objeto, quanto para a fantasia. Vale dizer que, viver uma vez ou outra uma fantasia sexual com temas ligados à perversão não quer dizer que o indivíduo seja um pervertido. Leia mais adiante a diferença entre parafilias e fantasias sexuais. Com a mudança dos tempos, algumas parafilias passaram a ser mais aceitas como, por exemplo, a coprolalia (pessoas que precisam de palavras obscenas para se excitar), muitos a consideram como um estímulo sexual e não uma perversão. Mesmo no caso do voyeurismo, algumas pessoas permitem ser observadas e sentem prazer, sem que isso seja visto como perversão. “ O importante, nesses casos, é enxergar essas parafilias como variantes da sexualidade, como inovações ,complementos, mas desde que os indivíduos envolvidos se mantenham saudáveis física e psicologicamente”, defende Picazio. As parafilias podem ser classificadas em diversas modalidades, devido às diversas variações e estágios. Podem apresentar graus leve, moderado e grave. E o tratamento depende da avaliação desses fatores por um psicólogo ou psiquiatra, com especialização em sexualidade, para chegar às causas mais profundas desse desvio. As parafilias são realmente inaceitáveis quando envolvem outra pessoa e acontecem sem o seu consentimento. Por exemplo, mesmo que em princípio pareça pesado falar em sadomasoquismo ( pessoas que gostam de ser espancadas, pisoteadas, judiadas) é preciso levar em conta que, para isso ocorrer, o outro deve concordar, dar a sua anuência. Caso ambos concordem, tudo bem. Ao nosso entender, muito mais grave, lesivo e invasivo é uma pessoa ser tocada ou bolinada num ônibus lotado( froteurismo),quando ela não permitiu essa atitude, sendo simplesmente abusada sem a sua permissão. Da mesma forma, dar de cara com um exibicionsta nu, sem que se tenha permitido tal atitude, é invasivo. De todas as formas de parafilia, o caso mais grave( por causar sofrimento e complicações psicológicas ao absurdo) é a pedofilia, pois o outro, sendo uma criança, não tem capacidade de discernir e optar pela prática sexual. Mais do que um desvio, é crime. Nesse caso, a parafilia não serve sem como atenuante, nem como justificativa para esse agressor, que deve ser punido severamente.